segunda-feira, 19 de julho de 2010

"Saudade mata a gente menina"


Sabia que doía, mas não tanto como dessa vez. Nos rostos marcas do tempo, cabelos grisalhos, a menina que não é mais uma criança, o colo da avó, minhas irmãs, o irmão que mora longe, o lugar que eu chamei de casa praticamente a vida inteira hoje é o lar de outro alguém. Saudade da presença e da ausência consentida de todos vocês. De saber se estão bem ou cheios de problemas, se ainda fazem churrasco todo domingo, escutar aquela coisa pequena falando que eu sou bunduda, tomar chimarrão, conversar com a vizinha pelo portão enquanto os cachorros fazem a maior bagunça no jardim. Cada rua, cada esquina, todos os momentos que eu passei e saudades dos que não existiram. Voltei a uma parte da minha vida que havia deixado para trás por descuido. Tantos sorrisos, tanta alegria em rever, tanta coisa para se dizer e todo aquele sentimento que nunca muda. Saudades de mim, tudo que eu fui e daquilo que me fez ser quem eu sou. Meu Deus, como foi doído ir embora e como doem todas as saudades. Como dizia Chico “Saudade mata a gente, saudade mata a gente menina”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Fala aí bixo!