quinta-feira, 22 de julho de 2010

Rodízio



Bons tempos. Lembra quando ele abria a porta, levava flores e uma garrafa de Grapette em cada encontro no portão de casa, te levava no cinema e pegava na sua mão com a maior delicadeza, te chamava para tomar um simples milk shake e você já achava um máximo? Não eu não lembro, estava ainda nas partes baixas do meu pai. Como devia ser bom quando o mistério, todo encanto, aquela parte que o nosso coração palpita e que a nossa barriga fica cheia de borboletas duravam messes. Ta, tudo bem que não precisava ser tão demorado e que os limites do portão poderiam ser aliviados, mas se a troca de olhares, as palavras gaguejadas, os passeios, as conversas e tudo aquilo que hoje dura meia hora ou 15 min dependendo de que horas são da madrugada voltassem a existir iria ser incrível. Movimentos robóticos e frases parecidas com as gravações das nossas operadoras telefônicas: Digite1 para: Aonde você estuda? Digite 2 para: Aonde mora? Digite 3 para: Nossa você parece mais velha! Você até sabe o que o carinha vai dizer e isso beira ao tédio ou no máximo faz as pessoas aderirem ao rodízio e seguirem em frente. Saudades das expectativas, de descobrir que além de um cara legal, de uma boa conversa, de um charme inconfundível (que ás vezes só você achou nele), do respeito e da parceria vocês tem o chamado “lance epidérmico” sabe? Aquele lance de ficar sobre efeitos quando ele, sem querer encosta em você, de ficar boba com o cheiro dele, seu rosto derrete quando ele o segura, quando os dois fazem um só e perceber que tudo faz sentido. É, mas como falei no começo, bons tempos.

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