quinta-feira, 22 de julho de 2010

Rodízio



Bons tempos. Lembra quando ele abria a porta, levava flores e uma garrafa de Grapette em cada encontro no portão de casa, te levava no cinema e pegava na sua mão com a maior delicadeza, te chamava para tomar um simples milk shake e você já achava um máximo? Não eu não lembro, estava ainda nas partes baixas do meu pai. Como devia ser bom quando o mistério, todo encanto, aquela parte que o nosso coração palpita e que a nossa barriga fica cheia de borboletas duravam messes. Ta, tudo bem que não precisava ser tão demorado e que os limites do portão poderiam ser aliviados, mas se a troca de olhares, as palavras gaguejadas, os passeios, as conversas e tudo aquilo que hoje dura meia hora ou 15 min dependendo de que horas são da madrugada voltassem a existir iria ser incrível. Movimentos robóticos e frases parecidas com as gravações das nossas operadoras telefônicas: Digite1 para: Aonde você estuda? Digite 2 para: Aonde mora? Digite 3 para: Nossa você parece mais velha! Você até sabe o que o carinha vai dizer e isso beira ao tédio ou no máximo faz as pessoas aderirem ao rodízio e seguirem em frente. Saudades das expectativas, de descobrir que além de um cara legal, de uma boa conversa, de um charme inconfundível (que ás vezes só você achou nele), do respeito e da parceria vocês tem o chamado “lance epidérmico” sabe? Aquele lance de ficar sobre efeitos quando ele, sem querer encosta em você, de ficar boba com o cheiro dele, seu rosto derrete quando ele o segura, quando os dois fazem um só e perceber que tudo faz sentido. É, mas como falei no começo, bons tempos.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

"Saudade mata a gente menina"


Sabia que doía, mas não tanto como dessa vez. Nos rostos marcas do tempo, cabelos grisalhos, a menina que não é mais uma criança, o colo da avó, minhas irmãs, o irmão que mora longe, o lugar que eu chamei de casa praticamente a vida inteira hoje é o lar de outro alguém. Saudade da presença e da ausência consentida de todos vocês. De saber se estão bem ou cheios de problemas, se ainda fazem churrasco todo domingo, escutar aquela coisa pequena falando que eu sou bunduda, tomar chimarrão, conversar com a vizinha pelo portão enquanto os cachorros fazem a maior bagunça no jardim. Cada rua, cada esquina, todos os momentos que eu passei e saudades dos que não existiram. Voltei a uma parte da minha vida que havia deixado para trás por descuido. Tantos sorrisos, tanta alegria em rever, tanta coisa para se dizer e todo aquele sentimento que nunca muda. Saudades de mim, tudo que eu fui e daquilo que me fez ser quem eu sou. Meu Deus, como foi doído ir embora e como doem todas as saudades. Como dizia Chico “Saudade mata a gente, saudade mata a gente menina”.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Dá pra parar?!


Tem dias que simplesmente acontece, a gente acorda feliz da vida e sem motivo nenhum. São tantas coisas para esperar, tanta ansiedade no ar, que to até pra rimar! Porque isso acontece? Sei lá Isabella, dá pra parar com isso?! Odeio essa mania de querer saber o porquê de certos comportamentos, antropologias culturais e biológicas são interessantes, mas se entrasse a fundo nesses assuntos ai iria ser mais paranóica do que já sou. Talvez daqui dez minutos não esteja mais com toda essa euforia galanteadora, o que geralmente acontece, até admito meu quadro de bipolaridade, mas minha mãe não me escuta, diz que eu preciso é de umas bordoadas e uma vassoura para varrer a casa. Mas sobre o “acordar feliz da vida”, sim estou feliz da vida, e eu realmente queria saber o motivo, pois estou sem inspiração para escrever. Necas, branco, nada, e niente. Não que eu WOW “escreva”, mas onde foi parar meu lado poético ou aquele que faz algum sentido, que me faz querer vir correndo e contar tudo para as três pessoas que lêem o que coloco aqui? Será que isso significa que a melancolia e a lamentação são minhas fontes inspiradoras e tenho meu lado emo aflorado? Caramba que horror. Sem nenhum acontecimento bárbaro, sem nenhuma paixão que me faça divagar sobre como meu coração faz tica tica bunti, meu futuro é incerto e o de todos é, mas e daí? então sobre o que falar? Sei lá Isabella, dá pra parar com isso?!

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Mother, I'm coming home.


Escutar música pela manhã é extremamente diferente de escutar a qualquer outra hora do dia, pelo menos para mim. Não passa uma palavra sequer despercebida aos meus ouvidos. Hoje tenho que agradecer a Edward Sharpe and Magnetic Zeros que inspiraram minha mãe. Às vezes é tão bom agir pelo lado contrário e fazer aquilo que realmente queremos fazer. Muitas vezes falta aquele empurrão que só uma música, como hoje, pode nos fazer achar que não vamos nos atrasar para trabalhar e que passar pela Brava dar um BOM DIA SOL é a melhor coisa do mundo! Juro faz toda a diferença.